Durante inspeções nas residências, profissionais buscam por focos e levam orientações preventivas à população
Mesmo no dia da faxina, a dona de casa Kênia Viana, 53, não hesitou em deixar os agentes de Vigilância Ambiental (Avas) entrarem em sua residência, no Arapoanga. Durante a visita desta quinta-feira (28), os profissionais buscaram por focos do mosquito da dengue, além de repassar orientações preventivas. A atividade é rotina para a equipe, intensificada durante o período de chuvas e de calor, quando os casos da doença aumentam.
O agente Delvando Francisco de Araújo, 45, foi quem passou as informações para Kênia. O servidor se tornou Avas há oito meses, apesar de a trajetória na saúde ser mais longa. Ele já atuou como técnico de nutrição no Hospital da Região Leste (HRL) por 13 anos, quando descobriu a paixão pelo trabalho nas ruas. “Gosto muito do que faço hoje. Há pessoas que nos recebe, quer conversar e até oferecem café. Há também aquelas mais desconfiadas, afinal, entramos em sua privacidade”, conta.
Embora, às vezes, seja visto como um estranho dentro das casas, Delvando reforça que as vistorias e as atividades preventivas são cruciais para eliminar o Aedes aegypti, evitando aumento de ocorrências e de hospitalizações. “A maior parte da população é consciente, porém, há uma pequena parcela que é mais resistente. Isso acaba prejudicando o coletivo”, diz. “Por exemplo, se o vizinho tiver um foco, o mosquito nasce. Como é um inseto que pode voar até 300 metros, em várias direções, é capaz também de transmitir a doença para uma rua inteira”, detalha.
Kênia assegura que faz a parte dela, principalmente após toda a família pegar dengue no ano anterior. “Tenho algum entulho de obra, mas todos estão virados para baixo. Não tenho mais plantas que acumulam água e todos os meus vasos ou estão sempre virados ou sem água”, revela.
Dentro das casas
Para Rosângela Pereira Paula, Avas há mais de 20 anos, o cargo envolve muitos desafios, mas reforça a importância dos agentes, em especial na prevenção da dengue. “Não somos superiores a ninguém, mas percebemos detalhes de uma maneira que os próprios donos não conseguem ver. Somos treinados para fazer o trabalho”, enfatiza.
José Moraes, 76, abriu as portas de casa para Rosângela. Com diversos cômodos em obra, ele garante que vai se esforçar para deixar tudo limpo: “Vamos tirar todo o entulho amanhã, não vai ficar nada”, promete.
Atuação
Os Avas trabalham no combate a doenças utilizando medidas de controle químico e biológico e de manejo ambiental. Além disso, estão envolvidos em ações voltadas a possíveis agentes transmissores, incluindo a vacinação de cães e gatos. Esses profissionais são também essenciais na prevenção de acidentes com animais peçonhentos e controle de pragas.
Reconhecer um Avas é fácil: são agentes que usam um colete e um chapéu com abas, os dois da cor marrom-cáqui. Vestem camiseta branca e estão sempre acompanhados de uma bolsa amarela para guardar seu material de trabalho.
No portal da Secretaria de Saúde (SES-DF), é possível acessar uma lista completa dos serviços prestados pela Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde (Dival), podendo ser acionados pelo número (61) 3449-4427 ou pelo Disque-Saúde 160. No rol, está, por exemplo, o recolhimento de morcegos, macacos e micos mortos em residências, entre outros.
*Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)