Doações em 2022 começaram baixas por conta do período de férias e do número de mulheres com síndrome gripal
Mesmo diante do cenário de pandemia ao longo de 2021, o ano passado foi muito positivo para os estoques do Banco de Leite Humano (BLH) do Distrito Federal. Ao longo dos 12 meses, foram coletados 19.144,8 litros de leite materno, 6,5% a mais do que em 2020, quando a arrecadação somou 17.976,1 litros. O número de bebês beneficiados foi de 13.942 – aumento de 8,83% em relação a 2020, quando esse número foi de 12.811.
Até os seis meses, a criança deve receber exclusivamente o leite materno
“Esse acréscimo em um momento de pandemia é de extrema importância, e a parceria do Corpo de Bombeiros Militar do DF foi fundamental para isso”, agradece a pediatra Miriam Santos, coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano do DF. “O leite humano é o melhor alimento para os recém-nascidos; para os bebês internados, é fundamental para o fortalecimento do sistema imunológico. Além de nutrir, possui elementos essenciais para o desenvolvimento da criança.”
Segundo a gestora, a média diária de bebês que necessitam de alguma quantidade de leite humano pasteurizado nas unidades neonatais é de 250, sendo que uns consomem mais e outros menos, dependendo de como a mãe da criança esteja de saúde. “Se ela pode estar presente ao lado do filho, a prioridade é sempre o leite da própria mãe”, aponta. “Entretanto, temos algumas situações em que isso não é possível, então o leite humano pasteurizado é um alimento importante”.
Já a média de consumo diário é muito variada, pois os receptores mudam. Depende muito da idade gestacional de nascimento, peso, faixa etária e estado de saúde. A coordenadora lembra que no DF o leite humano é oferecido para todos os bebês internados nas unidades neonatais. Até os seis meses, a criança deve receber exclusivamente leite materno. Além de alimentar, fortalece o vínculo entre mãe e filho, ressalta a pediatra.
Bancos e postos de coleta
“Um pote de leite materno pode alimentar até dez bebês”, Miriam Santos, coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano do DF
Desde o ano passado, o DF conta com banco de leite ou posto de coleta em 100% das unidades neonatais públicas e privadas. A conquista é um marco para a região e para o país. Miriam Santos avalia que isso demonstra a preocupação com a saúde dos bebês, tanto por parte do serviço público quanto pelo sistema suplementar de saúde.
Apesar de o total de coletas de leite materno ter sido superior em 2021, comparado ao ano anterior, desde outubro os estoques do banco de leite humano estão em queda. Em novembro e dezembro, a arrecadação ficou abaixo de 1,5 mil litros, quantidade mínima para manter o nível de segurança estável.
Miriam lembra que muitas doadoras estão viajando e outras, com síndrome gripal. Por isso, faz um apelo às lactantes que estão saudáveis para que ajudem a aumentar os estoques de leite humano, tornando-se doadoras. “Um pote de leite materno pode alimentar até dez bebês”, destaca.
Para ser doadora, basta entrar em contato com o telefone 160, opção 4 ou acessar o site Amamenta Brasília e fazer a inscrição. As equipes do banco de leite humano entrarão em contato para agendar a visita dos bombeiros, responsáveis pela captação.
*Com informações da Secretaria de Saúde