76 unidades habitacionais foram entregues na área residencial Remas, garantindo moradia a famílias que aguardavam há anos
Foram 15 anos de espera até que Marise Pereira da Silva, 39 anos, conseguisse as chaves da primeira casa própria, um sonho iniciado a partir do primeiro aluguel pago. Desde 2011, ela estava habilitada para ser proprietária de uma das unidades habitacionais nas quadras 117/118 do Recanto das Emas. No entanto, as moradias na área residencial Remas só foram construídas a partir de março de 2020, quando a atual gestão deu fim aos entraves burocráticos que emperravam o processo.
Em outubro deste ano, 76 casas na região foram entregues pelo Governo do Distrito Federal (GDF) e outras 86 ainda serão destinadas aos donos. A ação faz parte do Plano de Habitação de Interesse Social do DF (PHAIS-DF), programa do GDF dedicado ao acesso à moradia, infraestrutura e equipamentos públicos.
Nos 51,44 m², divididos entre sala, dois quartos, cozinha e área de serviço, Marise mora com os dois filhos, Nayrton, 12 anos, e Layrtânia, 10. A família se mudou há pouco tempo, mas já comemora a oportunidade de deixar de pagar aluguel e de fazer a primeira festa de Natal na casa nova. “Eu nem pensava em ter filho e já sonhava com a minha casa. Foram 15 anos pagando aluguel. Agradeço muito a Deus por ter conseguido”, afirma.
Marise diz que a mudança para a nova casa já está gerando economia nas contas. “Com esse dinheiro [do aluguel] vou poder comprar coisas melhores para meus filhos. Uma roupa, um tênis. Também pouco a pouco vou comprar meus móveis e minhas linhas para costurar os tapetes de banheiro que faço. Hoje posso dizer que consegui dar o melhor para os meus meninos”, completa. Pelo imóvel, Marise paga prestações de aproximadamente R$ 300, financiadas por cerca de 30 anos.
O serralheiro Sandro de Souza Ribeiro, 42 anos, levou 20 anos para também ter uma casa para chamar de sua. Ele é um dos moradores do mesmo conjunto que Marise. Na casa, ele vive com a esposa e as duas filhas. “Foi muito emocionante [o dia que recebeu as chaves]. Ter uma moradia nossa é motivo de muito orgulho para a minha família”, completa.
Cooperativas e governo
O edital para a construção das unidades habitacionais foi lançado em 2011 com a participação de 24 associações e cooperativas que ficaram responsáveis pela escolha da construtora. “Esse terreno foi doado pelo governo e o projeto tem todo um cunho social. O GDF fez a infraestrutura, enquanto o trabalho da construção ficou com as cooperativas”, explica Joaquim Rodrigues Siqueira, representante das cooperativas.
O presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab), Wellington Luiz, lembra que o GDF teve todo um trabalho para desburocratizar o processo na área residencial Remas. “Esse é um projeto que veio do passado e na nossa gestão fomos corrigindo, até que ele se consolidou. Fizemos em menos de três anos o que não conseguiram fazer em quase 10. Isso mostra nossa seriedade e responsabilidade com a população do DF”, avalia.
Coube à Codhab a doação do terreno e a implantação exclusiva da infraestrutura, como drenagem, pavimentação, energia, água, esgoto, iluminação, calçadas, meios-fios, rampas e plantio de grama. As ações tiveram um investimento total de R$ 22.300.732,97.
Também integram a ação do GDF a concessão de licenças e autorizações e a fiscalização. “O mais difícil foi constituir o bem maior, que é o imóvel e a sua construção. Agora estamos numa etapa burocrática, mas são apenas detalhes”, explica Wellington Luiz sobre o processo final de entrega do Habite-se de competência da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh).
O residencial atende habilitados das faixas de renda 1,5 (R$ 1.800,01 a R$ 2.600,00) e faixa 2 (R$ 2.600,01 a R$ 4.000,00) cadastrados junto à Codhab. Os recursos foram destinados pelo Programa Minha Casa, Minha Vida e o financiamento feito pela Caixa Econômica Federal (CEF).
De acordo com o presidente da Codhab, a expectativa do governo é entregar 100 mil unidades habitacionais por todo o Distrito Federal até 2025. Há planejamento para curto, médio e longo prazo. “Temos hoje o planejamento de Estado, não de governo. Estamos planejando os próximos cinco anos com o que já temos na prateleira”, garante.
Fonte: Agência Brasília