quinta-feira, novembro 14, 2024
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Deputados falam de “caos” na Saúde e miram no Iges/DF

Na sessão da Câmara Legislativa do Distrito Federal, nesta terça-feira (14), diversos deputados distritais se manifestaram sobre a situação da saúde pública no DF. O assunto foi levado ao plenário, inicialmente, pela deputada Paula Belmonte (Cidadania), que lamentou a morte de um homem com síndrome de Down na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Setor O, em Ceilândia. A mãe do paciente afirma ter havido negligência. “Cada pessoa que morre é o amor de alguém”, disse a parlamentar.

O óbito, ocorrido numa unidade administrada pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), também figurou no pronunciamento do deputado Gabriel Magno (PT), que destacou, ainda, a morte de um adolescente que havia lesionado o joelho na UPA de Samambaia, e o caso de uma mulher internada com dengue que caiu da janela da UPA na Ceilândia.

“Prometeram muito quando anunciaram criação do Iges. E hoje, depois de cinco anos, vemos que esse modelo não funciona, se mostrou ineficiente e ineficaz”, afirmou o distrital, que preside a Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) da Casa. Ao falar do “caos” vivido pela Saúde, Magno concluiu: “O que o Iges entrega só piora, e quem sofre é a população do DF. Devemos defender um SUS forte”.

“Quando o Instituto foi criado, nós dissemos que ia dar errado. Ibaneis Rocha ampliou o modelo, e está destruindo a Saúde do DF”, avaliou o deputado Chico Vigilante (PT). “É preciso que o governo do DF compreenda: ou o GDF acaba com o Iges, ou o Iges acaba com a Saúde do DF”, sustentou.

Por sua vez, a deputada Dayse Amarilio (PSB) ampliou o debate para além das unidades sob a gestão do Instituto. Ela abordou visita realizada ao Hospital Regional do Gama, que não é administrado pelo Iges/DF, e lamentou o déficit de clínicos médicos, enfermeiros e outros profissionais e a alta taxa de mortalidade no hospital. “Os servidores estão desgastados, trabalhamos às vezes com um enfermeiro para 90 pacientes. Mas a população não entende por que tem de peregrinar”, acrescentou.

A distrital não poupou, contudo, o Iges. Em sua opinião, a solução para a situação da Saúde no DF envolve “abrir a caixinha preta do Instituto”. “O Iges é como um câncer que cresce descontroladamente. Estou vislumbrando um colapso na Saúde”, finalizou.

O presidente da Casa, deputado Wellington Luiz (MDB), defendeu uma “reflexão sobre o que está acontecendo, para propor mudanças”.

Denise Caputo – Agência CLDF