Na sessão ordinária desta terça-feira (13) da Câmara Legislativa, distritais cobraram a identificação e prisão dos manifestantes que incendiaram veículos e depredaram sedes da polícia no Plano Piloto, na noite de segunda-feira (12). A deputada Arlete Sampaio (PT) cobrou providências imediatas, frisando que “Brasília não é uma terra sem lei” e “não é possível tolerar que a segurança dos cidadãos seja colocada em xeque”.
De acordo com a parlamentar, que participou de reunião com o Secretário de Segurança Pública, Júlio Ferreira, com a presença do deputado Fábio Félix (Psol), os atos foram praticados por “terroristas”. Para ela, é “inadmissível” não ter havido prisões. “Por trás disso estão pessoas que fazem comércio com drogas, são contraventores que devem à Receita, são pessoas que não querem perder privilégios que têm com o atual governo”, afirmou.
Fábio Félix considerou o episódio como uma “tragédia anunciada” já que, segundo ele, partiu de um grupo “que tem a violência em seu DNA”. O deputado disse que nunca viu uma manifestação “tão violenta” no DF e que já participou de ato pacífico que registrou 50 prisões. “Cinco ônibus e três carros incendiados, prédios depredados, ataque direto à 5ª Delegacia de Polícia, ataque ao prédio da Polícia Federal. Sabe quantas pessoas foram presas? Zero. Zero prisões efetuadas pela Polícia Militar. É preciso investigar se houve prevaricação, passividade, omissão”.
O distrital disse ainda que não é possível tolerar “aquele acampamento de criminosos” na frente do Quartel General do Exército e cobrou providências ao Governo do DF. “Cadê o DF Legal, que fala grosso com os mais pobres na periferia, mas não tem coragem de enfrentar essa elite de caminhoneiros que não aceitam o resultado das urnas?”, questionou.
O deputado Chico Vigilante (PT) endossou as críticas à Polícia Militar por não ter havido prisões. Ele relatou que os manifestantes atiraram pedras em ônibus com os passageiros dentro, deixando “as pessoas aterrorizadas”, e chegaram a incendiar um veículo antes de o motorista conseguir sair. Ele também questionou “de onde saíram” os botijões de gás utilizados na ação que considerou como terrorismo. “O que assusta é a polícia dizer que não prendeu porque senão ficaria pior. Pior como? Estou vendo um criminoso cometendo um crime e eu não o prendo?”, criticou.
Líder do Governo na CLDF, o deputado Hermeto (MDB) também criticou a ação dos manifestantes, mas salientou que a polícia agiu da maneira correta. Também disse que o Governador, Ibaneis Rocha, acompanhou os desdobramentos e que o serviço de inteligência da Polícia Civil vai identificar “cada um daqueles que colocaram a vida das pessoas em risco”. Hermeto ainda frisou que o governador “é republicano e democrático”, e que “vai dar todo suporte de segurança para o governo que tomará posse dia 1º”.
O deputado João Cardoso (Avante) criticou a “polarização” e chamou as manifestações de “baderna”, frisando que, para ele, não se trata de polícia. “Espero que a paz reine em nosso país”, afirmou.
Mario Espinheira – Agência CLDF