terça-feira, setembro 2, 2025
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Dois grupos estrangeiros participarão do leilão do Túnel Santos-Guarujá

Com o túnel o tempo gasto na travessia deve cair para cerca de dois minutos

MPA/Divulgação

O leilão do túnel Santos-Guarujá, no litoral paulista, recebeu proposta de dois grupos estrangeiros para a participação da construção do túnel que vai ligar as cidades de Santos e Guarujá. As empresas que apresentaram proposta para participação do leilão são a espanhola Acciona e a portuguesa Mota-Engil.

O leilão será realizado na próxima sexta-feira (5), a partir das 16h, na B3, sede da bolsa de valores de São Paulo.

A estrangeira Acciona é a empresa atualmente responsável pela execução das obras da Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo. Enquanto a Mota-Engil, assinou um contrato recente com a petrolífera Petrobras para a execução de serviços dos sistemas submarinos de plataformas offshore.

A grande vencedora do leilão será a responsável pela construção, operação e manutenção do túnel por 30 anos.

O valor estimado para a construção do túnel gira em torno de R$ 6,8 bilhões, e o projeto terá um aporte público de até R$ 5,14 bilhões, que será dividido igualmente entre os governos de São Paulo e o governo federal. O restante do valor será coberto pela iniciativa privada.

Travessia submersa do Brasil

Com 870 metros imersos, o túnel será a primeira travessia submersa do Brasil, e terá 1,5 quilômetros de extensão. A parte imersa será construída com módulos de concreto pré-moldados que serão instalados no leito do canal portuário.

Além disso, o projeto inclui três faixas de rolamento em cada sentido, uma delas adaptada para Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de ciclovia e espaço para pedestres e galeria de serviços. O projeto já conta com licença ambiental prévia da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), emitida em agosto de 2025.

Segundo o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) que foi realizado para esse empreendimento e apresentado em julho de 2024, o túnel pretende solucionar um gargalo histórico de mobilidade entre os dois municípios.

Atualmente, há dois principais modos de travessia: o trajeto de 43 km via Rodovia Cônego Domênico Rangoni, utilizado por veículos comerciais, com tempo médio de 60 minutos, e o sistema de balsas e barcas, usado por pedestres, ciclistas e veículos leves, com tempos de travessia que variam de 18 a 60 minutos, dependendo das condições operacionais do porto.

Segundo o governo paulista, mais de 28 mil pessoas cruzam diariamente as duas margens utilizando barcos de pequeno porte (catraias, que são usadas apenas por pedestres) ou as balsas. Com o túnel, o tempo gasto nessa travessia deve cair para cerca de dois minutos.

A construção desse túnel, portanto, deve desafogar o atual sistema de travessias, aliviar o tráfego na Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055) e aumentar a capacidade de escoamento do Porto de Santos, que enfrenta congestionamentos frequentes.

Geração de Empregos

Para o governo federal, o túnel deve “transformar a mobilidade urbana, estimular a economia local e melhorar diretamente a qualidade de vida das mais de 720 mil pessoas que vivem nessas duas cidades”. O governo também destaca que a obra tem potencial de gerar milhares de empregos diretos e indiretos, tanto na fase de construção quanto na operação do túnel.

“O túnel Santos–Guarujá é uma das obras mais emblemáticas do Novo PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] e marca um novo tempo para a mobilidade urbana e a infraestrutura do Brasil, que agora se torna realidade com o esforço conjunto dos governos federal e estadual. Essa obra vai encurtar distâncias, gerar empregos, fortalecer o turismo, dinamizar a economia local e ampliar a eficiência logística do Porto de Santos”, avalia o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.