Projeto pretende acabar com problemas de alagamentos e enchentes na região. Até esta sexta-feira (19), quase 1,4 km de galerias já foram escavados
Solução para os alagamentos e as enxurradas provocados pelas fortes chuvas no Plano Piloto, o Drenar DF já escavou quase 1,4 km de túnel horizontal do total de 7,8 km contratados. Além disso, 38 dos 101 poços de visita (PVs) previstos foram perfurados, sendo que 16 estão concluídos e 22, em andamento. Dividido em cinco lotes, o projeto recebeu aporte de R$ 174 milhões da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap).
Para receber todo o fluxo pluvial, serão construídas mais 274 bocas de lobo na Asa Norte e uma bacia de contenção, com o objetivo de reduzir a velocidade e melhorar a qualidade das águas pluviais, antes que o volume desague no Paranoá. A lagoa fará parte do Parque Internacional da Paz, no Setor de Embaixadas Norte, e terá ciclovia, praça e paisagismo.
No caso das bocas de lobo, o diretor técnico da Terracap, Hamilton Lourenço Filho, explica que existem trechos na Asa Norte que não têm nenhuma estrutura do tipo, a exemplo da Vila O3 Oeste, próxima à Fundação Hemocentro de Brasília. “As bocas de lobo são a última etapa. Serão instaladas quando todas as galerias e a bacia de contenção já estiverem prontas”, pontua.
Toda a tubulação sairá das redondezas do Estádio Nacional Mané Garrincha e descerá pela Via L4 Norte, até chegar ao Lago Paranoá. A rede seguirá em paralelo às quadras 902, 702, 302, 102, 202 e 402, cruzando o Eixo Rodoviário Norte (Eixão) e a L2 Norte. A bacia de retenção será construída ao final do percurso.
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Nesta sexta-feira (19), representantes da Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco) e do Sindicato dos Engenheiros no Distrito Federal (Senge-DF) conferiram o andamento do projeto, junto a engenheiros da Terracap.
Na ocasião, o diretor do Senge-DF, Marcus Vinícius Batista, observou os benefícios que serão gerados pela obra. “Vai minimizar os problemas com alagamentos, notórios em períodos de chuvas, e conseguirá facilitar a percolação da água no Lago Paranoá, principalmente para não causar danos ambientais”, disse.
Por sua vez, o diretor da área de drenagem da Asbraco, Ruan Gavino Polit, elogiou o método empregado no Drenar DF, conhecido como tunnel liner. “Como a obra é praticamente toda subterrânea, nem o trânsito, nem as pessoas que moram na área são prejudicadas. A vida continua fluindo tranquilamente, enquanto a escavação acontece debaixo da terra”, diz ele, que participou da construção da rede de drenagem de Taguatinga.
Na técnica tunnel liner, a abertura dos túneis é manual, executada com pás e picaretas. O acesso é feito por poços de visita, abertos na superfície até que se alcance a profundidade necessária, que pode chegar a 22 metros. A partir deles, é feita a escavação das galerias.
Fonte: Agência Brasília