sexta-feira, novembro 22, 2024
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Coronel Adão Macedo será novo comandante-geral da PMDF

Anúncio foi feito pelo governador Ibaneis Rocha

O coronel Adão Teixeira de Macedo será o novo comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), após a prisão preventiva do coronel Klepter Rosa Gonçalves, nesta sexta-feira (18), na Operação Incúria. A ação foi deflagrada após denúncia do Grupo Estratégico dos Atos Antidemocráticos (GCAA) da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra sete oficiais da cúpula da PMDF por omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro, que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.

O anúncio foi feito pelo governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha, no início desta tarde, durante uma agenda pública. O coronel Adão Teixeira de Macedo já era o subcomandante-geral da corporação. “Agora, assume o subcomandante Adão [Teixeira de Macedo], que também foi nomeado anteriormente. A gente espera que as coisas transcorram na maior tranquilidade possível, junto à Polícia Militar do Distrito Federal, que é uma polícia bastante qualificada”, declarou Ibaneis Rocha.

Sobre as investigações, o governador do DF disse que é preciso aguardar o resultado dos trabalhos. “Todos têm direito à ampla defesa, ao contraditório, vamos esperar aí o que vai acontecer.”

Brasília (DF) 18/08/2023 - O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, fala com jornalista na saída da cerimonia de 50 anos da Terracap.
O governador fala sobre a prisão do alto escalão da policia Militar do DF.
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, fala com jornalistas sobre a prisão do alto escalão da Polícia Militar do DF – Antonio CruzAgência Brasil

O governador ainda avaliou a atuação do ministro do Supremo tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que autorizou as prisões preventivas de agentes militares e da cúpula da PMDF, após solicitação da PGR.

“O ministro Alexandre Moraes vem conduzindo esse inquérito com muito cuidado, com muito carinho, com muita responsabilidade. E a gente tem mais a confiar no Poder Judiciário brasileiro”, disse Ibaneis Rocha.

Mensagens

De acordo com a nota divulgada pela PGR, a denúncia com 196 páginas relaciona diversas provas de que os militares denunciados e presos nesta sexta-feira tinham informações para monitorar a proporção e que houve, na realidade, a omissão dolosa por parte dos denunciados.

“Eles próprios compartilhavam entre si mensagens de teor golpista pelo menos desde as eleições, com questionamentos quanto à lisura do processo eleitoral e outros temas. São várias as mensagens anexadas à denúncia”, descreve a nota da PGR.

O coordenador do Grupo Estratégico dos Atos Antidemocráticos da PGR, o subprocurador Geral da República, Carlos Frederico Santos, embasou a denúncia. “A ‘falha’ operacional não decorreu de deficiências dos serviços de inteligência da PMDF. O que ocorreu, em verdade, foi omissão dolosa por parte dos denunciados que, com unidade de desígnios, aceitaram os resultados visados pela turba antidemocrática e aderiram ao intento criminoso dos insurgentes.”

Entre provas anexadas à denúncia, estão imagens dos denunciados, no dia dos atos, que mostram a conduta de omissão frente aos invasores, além de mensagens de texto com teor golpista trocadas pelos oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal, segundo a PGR.

O governador do DF, Ibaneis Rocha, se pronunciou sobre o conteúdo destas mensagens. “A gente sempre espera que a Polícia Militar trabalhe dentro da maior legalidade possível […]. Sabemos que aquele momento era um momento de bastante conturbação, por conta do resultado eleitoral. O que a gente espera agora é que as coisas se esclareçam definitivamente, e que a gente possa seguir a nossa vida em tranquilidade.”

O governador adiantou que o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, formalizará a nomeação do coronel Adão Teixeira de Macedo como comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal no Diário Oficial do DF.

Governador do DF nomeará novo comandante para a PM

Ex-titular do cargo foi preso hoje em Brasília

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, disse nesta sexta-feira (18), em Brasília, que conversará com o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, ainda hoje, para definir – até a próxima segunda-feira (21) – o nome do novo comandante-geral da Polícia Militar do DF para substituir o atual comandante, Klépter Rosa Gonçalves, preso nesta sexta-feira na Operação Incúria.

Ela apura o envolvimento da cúpula da PM nos atos golpistas de 8 de janeiro que causaram danos aos prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. Os acontecimentos foram classificados pelo governador como um “episódio dramático e trágico. As respostas têm que acontecer ao longo do período do inquérito policial”.

“Vou conversar com o secretário de Segurança e ele vai me indicar o nome e nós vamos nomear [para o comando da PM]. Ele vai analisar a denúncia, ver o que tem contra cada um deles e nós vamos ver quem será exonerado”, adiantou Ibaneis.

O governador acrescentou que a PM não pode ficar sem comando. “Já houve o afastamento das funções e, agora, temos que escolher os substitutos para continuar dentro da normalidade da nossa cidade. Não podemos ficar com uma corporação, como a Polícia Militar, acéfala e temos que ter um comando ali dentro para que a gente possa dar sequência ao trabalho na cidade”.

Mandados de prisão

Na manhã desta sexta-feira, agentes da Polícia Federal cumpriram sete mandados de prisão e cinco de busca e apreensão, todos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A operação Incúria é resultado de denúncia do Grupo Estratégico de Combate aos Atos antidemocráticos da Procuradoria Geral da República (PGR).

Questionado por jornalistas, o governador disse que “decisão judicial se cumpre” e afirmou que não foi o responsável pela indicação do atual comandante da Polícia Militar.

“Lembrando que o comandante indicado [Klépter Rosa Gonçalves] não foi por mim, foi na época do meu afastamento. Foi o interventor [quem indicou].” O governador se referia a Ricardo Capelli, que comandou a intervenção na segurança pública do DF entre 8 e 31 de janeiro. Coube a Capelli a nomeação de  Klépter, dias após os atentados de 8 de janeiro.

Ibaneis afirmou também que não está surpreso com a operação que prendeu hoje preventivamente autoridades no Distrito Federal, por autorização do Supremo Tribunal Federal.

“Acho que as coisas estão andando de forma natural. Houve ontem (17) a representação do Ministério Público e o ministro acatou. Tem que respeitar”, finalizou.

Fonte: Agência Brasil