Paulo Guedes enviou anteontem um texto a Jair Bolsonaro, colegas da Esplanada dos Ministérios e para integrantes de sua equipe econômica alertando para o risco que terá para a economia do Brasil se houver reajustes salariais em todas as categorias de servidores federais.
Para Guedes, “quem pede aumento agora não quer pagar pela guerra contra o vírus” e “está dizendo: ‘já tomei minha vacina, agora quero reposição de salário, não vou pagar pela guerra ao vírus'”. E insiste que só após uma reforma administrativa, reajustes e reposições salariais poderiam ser dados: “Sem isso, reajuste geral para o funcionalismo é inflação subindo”. Alerta ainda que “estamos em economia de guerra contra a pandemia”.
O contexto do recado do ministro é a porteira que foi aberta a partir dos reajustes, apoiados sobretudo por Bolsonaro, dos policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penitenciários. Está marcada para amanhã uma reunião de 30 categorias do serviço público para decidir se paralisam suas atividades como forma de pressionar pela extensão generalizada do reajuste.
No texto enviado, Guedes prega como solução a reestruturação das carreiras federais, “melhor ainda se dentro de uma reforma administrativa”. Afirma que a reforma cortaria “R$ 30 bilhões por ano e, assim, poderia aumentar 10% dos salários do funcionalismo após a reforma”.
Guedes comparou um eventual reajuste salarial neste momento à tragédia de Brumadinho: “Temos que ficar firmes. Sem isso, é Brumadinho: pequenos vazamentos sucessivos até explodir barragem e morrerem todos na lama”.