domingo, dezembro 22, 2024
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Produtoras de Planaltina participam de curso de fabricação de panetone

Perto do Natal, a Emater-DF investe em cursos de produtos artesanais para agregar na renda e alimentação das famílias do campo

Já dá para sentir o cheirinho de Natal vindo de uma pequena agroindústria financiada, há alguns anos, pela Universidade de Brasília (UnB), onde mulheres do Assentamento Márcia Cordeiro Leite (Planaltina-DF) se reúnem para fazer pequenos processamentos e cursos de culinária.

Nesta quarta-feira (29), foi dia de fazer panetones. Desde os trufados com chocolate até os tradicionais de frutas cristalizadas, as iguarias são um sucesso no fim de ano e, aproveitando elementos do Cerrado, são feitos artesanalmente pelas produtoras rurais de Planaltina.

O curso é uma parceria entre o Centro de Formação Tecnológica e Desenvolvimento Profissional (Cefor) da Emater-DF e a comunidade rural da região. Segundo a gerente da Cefor, Deijane Araújo, os cursos na área de processamento e de fabricação de alimentos destinados ao público da área rural são importantes ações. Ela afirma, ainda, que a presença da Emater-DF no campo traz muito impacto para quem vive na área rural.

“As capacitações que ofertamos têm o objetivo não só de mostrar possibilidades que podem agregar valor aos produtos e gerar renda, mas também de melhorar a qualidade da alimentação das famílias no campo. A população da área rural tem mais dificuldade para acessar oportunidades de desenvolvimento profissional que são oferecidas na cidade”, destaca.

Mão na massa

Durante o curso de um dia, 11 mulheres colocaram a mão na massa e aprenderam a fabricação dos panetones. Elas também receberam uma parte teórica sobre boas práticas na cozinha, além de apostilas contendo receitas e ensinamentos para ficar tudo pronto para a ceia de Natal.

Com um quilo de massa é possível fabricar quatro panetones

As produtoras também aprenderam a fazer os cálculos do custo de produção para que elas tenham noção de gastos e lucro, no caso da comercialização. Contudo, o foco principal foi no consumo da família.

Com um quilo de massa é possível fabricar quatro panetones. Segundo a instrutora do curso, Sandra Evangelista, que também é extensionista rural e economista doméstica da Emater de Planaltina, é importante que elas possam trabalhar aproveitando o que têm disponível na propriedade, como ovos, cascas de laranja e assim por diante.

“A gente usa uma receita de panetone básica, mas de fácil entendimento. O preparo é em etapas porque precisa dividir para que elas entendam o processo. Com esse período de crise e dificuldade que as famílias enfrentam, é importante que elas aprendam a fazer essas receitas artesanais porque elas vão economizar bastante. Aqui na região, tem muita fruta do Cerrado que elas podem aproveitar. Castanha de baru, que pode enriquecer um panetone e manga, para fazer geleia”, explica a instrutora.

Nesta quarta-feira (29), foi dia de fazer panetones. Desde os trufados com chocolate até os tradicionais de frutas cristalizadas, são um sucesso no fim de ano e, aproveitando elementos do Cerrado, são feitos artesanalmente pelas produtoras rurais de Planaltina

Para a produtora rural de Planaltina, Michelle Silva, a receita é uma novidade. Mesmo já tendo trabalhado com pães, ela destaca a importância do novo aprendizado. “Estou amando pelo fato de a gente estar próximo à data do Natal e, fazendo essa receita, pode estar distribuindo para um ente querido, mas também acrescentando na nossa renda, vendendo tanto na comunidade como lá fora, por ser um produto artesanal”, declara.

No caso da produtora rural Maria da Penha, a confecção de pães já está se encaminhando para um negócio. Ela produz um pão de fermentação natural, na linguagem popular conhecido como pão de Cristo. O pão faz sucesso entre vizinhos e amigos, além dos próprios filhos. Maria conta que, quando eles estão em casa, não sobra nada para vender.

Em um dos cursos da Emater-DF, chamado Mães do Campo, ela encontrou uma colega para fazer parceria e agora ela já consegue tirar o custo dos ingredientes com as vendas. “Meus meninos amam esse pão mais do que o feito com fermento químico, porque ele tem mais sabor e a gente não fica inchada, você pode comer bastante. Primeiro você tira o gasto e depois vem o lucro. Com esse curso, vamos adicionar o panetone”, ressalta.

Fonte: Agência Brasília