Respirar, beber água, rolar feeds das redes sociais. Ações essenciais para a sobrevivência humana. A terceira não é, obviamente. Mas parece ser. Também parece ser inofensiva. Mas “transforma seu cérebro em pipoca”, segundo o psicólogo clínico Daniel Glazer, em entrevista ao Metro.
Para quem tem pressa:
- O psicólogo clínico Daniel Glazer descreve o fenômeno do “cérebro de pipoca” como a incapacidade de manter a atenção focada devido ao hábito de alternar rapidamente entre diferentes estímulos nas redes sociais, comparando esse estado de atenção fragmentada ao estouro de pipocas;
- O uso constante de smartphones e o hábito de navegar por feeds de redes sociais podem afetar negativamente o sono e a saúde mental. Também pode provocar agitação e ansiedade devido à exposição contínua a estímulos digitais que promovem mudanças rápidas de atenção, segundo Glazer;
- Para combater os efeitos do “cérebro de pipoca”, Glazer sugere limitar o uso diário de tecnologia, focar em tarefas únicas sem distrações e praticar períodos de desintoxicação digital para melhorar a capacidade de atenção e foco;
- Enquanto a solução radical de abandonar completamente o smartphone não é viável para a maioria, Glazer aconselha a exclusão periódica de aplicativos distrativos e a busca por um equilíbrio pessoal no uso da tecnologia.
Calma. “Cérebro de pipoca” não é terminal. Só quer dizer que sua atenção pula de uma coisa para outra igual grãos de milho de pipoca no microondas (ou na panela, para os vintage) quando esquentados. Repare quantos assuntos completamente distintos passam pelos seus olhos ao rolar feeds do TikTok, Instagram, X (antigo Twitter) por três minutos. É sobre isso.
Redes sociais ‘pipocando’ seus miolos
A sociedade moderna está imersa no uso de smartphones e redes sociais. Por isso, checar feeds quase constantemente (às vezes constantemente mesmo) tornou-se um hábito bem comum, especialmente durante momentos de espera ou antes de dormir. Essa prática, embora pareça inofensiva, pode afetar negativamente o sono e a saúde mental, deixando as pessoas agitadas e ansiosas, segundo Glazer.
O psicólogo clínico explicou que o “cérebro de pipoca” surge como resultado da exposição constante a estímulos digitais que incentivam a rápida mudança de atenção. Aplicativos populares, com seus designs viciantes, recompensas variáveis e microdoses de dopamina, exacerbam esse problema ao otimizar o engajamento em detrimento do bem-estar dos usuários, segundo ele.
Para combater esse efeito, Glazer sugere estratégias. Entre elas, está a imposição de períodos diários sem uso de tecnologia, prática que pode ajudar a reconfigurar a capacidade de atenção e foco do indivíduo. Outra recomendação é a prática da concentração numa única tarefa por vez. Por exemplo: ao responder um e-mail no celular, deve-se evitar distrações e focar exclusivamente nessa atividade.
Se essas medidas não forem suficientes, Glazer aconselha a exclusão periódica de aplicativos que sejam particularmente distrativos, como uma maneira de recuperar o controle sobre o uso da tecnologia. Outra abordagem – essa mais radical – seria abandonar o uso do smartphone e optar por um estilo de vida desconectado. Mas convenhamos: não é viável nem prático. Por isso, recomenda-se que cada um encontre seu meio-termo.
Em suma, o psicólogo aponta que “cérebro de pipoca” é uma condição preocupante que reflete os desafios impostos pelo uso excessivo de tecnologia na sociedade contemporânea. Adotar medidas conscientes para limitar a exposição a estímulos digitais pode ser fundamental para preservar a saúde mental e a capacidade de atenção sustentada. Seu cérebro agradece. E não estoura.