quinta-feira, novembro 21, 2024
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Rodrigo Cunha pede apoio a Alckmin diante de ameaça de colapso em Maceió

Um alerta máximo devido ao risco iminente de colapso de uma mina da petroquímica Braskem em Maceió, Alagoas, motivou um encontro, nesta sexta-feira (1º), entre o presidente em exercício do Senado, senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), e o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin. Na reunião, no Palácio do Planalto, eles discutiram o apoio financeiro da União ao governo municipal para realocação dos cerca de 60 mil moradores que foram obrigados a desocupar suas casas em menos de 48 horas. Segundo o senador, Alckmin já encaminhou técnicos para a capital de Alagoas.

— Estamos buscando a atenção total desse país, para um assunto que mexe com a parte ambiental, social, que mexe com o psicológico. É momento de unificação, entre União, estado e município, e não retrabalhos. Não vamos fechar os olhos jamais para essa prática indiscriminada. Tema triste, porém, necessário, justamente quando estamos falando sobre COP [Conferência do Clima], sobre cuidar do meio ambiente e do clima e temos aqui uma das maiores catástrofes do mundo, devido a uma exploração mineral em área urbana. Quando se pensa no tripé da responsabilidade social, ambiental e financeira e uma delas sobressai, as demais sofrem — declarou o senador, em coletiva após a reunião.

Rodrigo Cunha ressaltou que houve uma “exploração inadequada” na região, atestada em laudo técnico, que provocou graves danos em Maceió ao longo dos anos e agora mais uma vez obriga os moradores saírem de suas residências. A primeira medida solicitada pelo senador é a realocação dos cidadãos que permanecem no local, já que a Defensoria Pública de Alagoas aumentou a zona de risco. Rodrigo Cunha disse que não foram discutidos valores de recursos a serem disponibilizados. Ele pediu a Geraldo Alckmin ainda a responsabilização dos que eram obrigados a fiscalizar a atuação da Braskem, ao longo dos últimos 40 anos, e se omitiram diante do crime ambiental.

— Nossa missão aqui foi pedir ainda para que os técnicos permaneçam fisicamente em Maceió, a Defesa Civil também está perto. A estimativa de déficit habitacional abrange cerca de 20 mil pessoas, às quais devemos dar uma realocação com qualidade. A habitação vem em primeiro e, em seguida, todas as medidas que se fazem necessárias.

Terremotos e evacuação

A área afetada fica na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, em Maceió. A recomendação é que a população evite transitar na região enquanto medidas de controle e monitoramento são aplicadas para reduzir o perigo, até nova atualização pela Defesa Civil. As minas da empresa são cavernas abertas para a extração de sal-gema. Desde 2019, elas estavam fechadas, após o Serviço Geológico Brasileiro confirmar que a atividade havia provocado um afundamento do solo da cidade. Segundo o governo de Alagoas, cinco abalos sísmicos foram registrados na área somente em novembro. Um desabamento no local pode ocasionar a formação de grandes crateras, além de provocar um efeito cascata em outras minas.

A Defesa Civil Municipal informou que o colapso pode acontecer a qualquer momento e que não foi possível medir as consequências, porque estão diante de algo que nunca foi enfretado. Em nota, a Braskem disse que “segue acompanhando e compartilhando os dados de monitoramento em tempo real com as autoridades competentes”.

Fonte: Agência Senado