A mais comum no Brasil, com cerca de 180 mil novos casos ao ano, doença tem mais de 90% de chance de cura quando descoberta no início
Aproximadamente 27% dos tumores malignos detectados na população brasileira originam-se do câncer de pele. São cerca de 180 mil novos casos da doença por ano, com incidência maior que os cânceres de próstata e mama, por exemplo. Os números do Instituto Nacional do Câncer (Inca) servem de alerta para a campanha Dezembro Laranja, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) a fim de reforçar a importância de medidas de prevenção.
“O DF tem alto índice ultravioleta durante quase todo o ano, o que favorece o surgimento da doença na população mais suscetível. Daí a importância da proteção solar e do autoexame, e do acompanhamento regular em pessoas com mais propensão para câncer de pele”Ana Carolina Igreja, médica e Referência Técnica Distrital (RTD) em dermatologia
Com o slogan “Adicione mais fator de proteção ao seu verão”, a campanha destaca que, além das medidas sanitárias contra a covid-19, é necessário também cuidar da própria pele. Evitar exposição ao sol entre 10h e 16h, adicionar à rotina o uso de filtro solar e utilizar acessórios como chapéus, bonés, sombrinhas e guarda-sóis são cuidados que todos devem ter.
A escolha do mês para a campanha é por conta das férias e do verão, em que há maior ocupação das praias e de espaços como parques, lagos e orlas. Celebridades como Tony Ramos, Kelly Key, Karol Conká, Eliane Cantanhêde, Tom Bueno, Claudia Liz e Carmo Dalla Vecchia vão participar das ações de conscientização, com mensagens sobre a prevenção do câncer de pele.
“Apesar de ter gente que pensa o contrário, as pessoas de pele negra e de pele morena também devem tomar cuidado”, adverte a rapper Karol Conká na campanha. “Pele bronzeada é sinal de beleza para muita gente. No entanto, quem se expõe ao sol sem cuidados pode colocar em risco a saúde”, completa a atriz Claudia Liz.
Cuidado também no inverno
Além do verão, a população do Distrito Federal deve ter atenção no inverno, estação caracterizada pela alta incidência solar. “O DF tem alto índice ultravioleta durante quase todo o ano, o que favorece o surgimento da doença na população mais suscetível. Daí a importância da proteção solar e do autoexame, e do acompanhamento regular em pessoas com mais propensão para câncer de pele”, alerta a médica Ana Carolina Igreja, Referência Técnica Distrital (RTD) em dermatologia.
Ela recomenda procurar uma unidade básica de saúde (UBS) caso a pessoa encontre na pele lesões de surgimento recente, com sangramento fácil em pequenos traumas (como em momentos de secar com uma toalha), machucados que não cicatrizam ou lesões pigmentadas de bordas não regulares.
Na UBS, um médico poderá avaliar a lesão e encaminhar o paciente em caso de necessidade. “A Secretaria de Saúde dispõe de ambulatórios com médico especialista (dermatologista), além de disponibilizar a realização de biópsia de pele e remoção cirúrgica das lesões”, completa a médica.
Entenda a doença
O câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal das células. Existem diferentes tipos de câncer da pele que podem se manifestar de formas distintas. Os mais comuns são denominados carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular – chamados de câncer não melanoma.
Ambos apresentam altos percentuais de cura, se diagnosticados e tratados precocemente. Um terceiro tipo, o melanoma, apesar de não ser o mais incidente, é o mais agressivo e potencialmente letal. Quando descoberta no início, a doença tem mais de 90% de chance de cura.
O carcinoma basocelular é o câncer de pele mais frequente na população, em cerca de 70% dos casos. As lesões são elevadas, peroladas, brilhantes ou escurecidas, crescem lentamente e sangram com facilidade. O carcinoma espinocelular é o segundo tipo de câncer de pele de maior incidência no ser humano. Ele equivale a mais ou menos 20% dos casos da doença e é caracterizado por lesões verrucosas ou feridas que não cicatrizam depois de seis semanas. Pode causar dor e produzir sangramentos.
Já o melanoma, apesar de corresponder a apenas cerca de 10% dos casos, é o mais grave deles, pois em quadros avançados pode provocar metástases, que é o espalhamento do tumor para outros órgãos do corpo humano, e levar à morte. Esse tipo é geralmente constituído de pintas ou manchas escuras que crescem e mudam de cor e formato gradativamente. As lesões também podem vir acompanhadas de sangramento.
Apesar de ser um problema de saúde que pode afetar qualquer pessoa, há perfis que são mais propensos ao seu surgimento. Nesse grupo, estão os que têm a pele, cabelos e olhos claros; aqueles com histórico familiar dessa doença; os portadores de múltiplas pintas pelo corpo e pacientes imunossuprimidos e/ou transplantados.
*Com informações da Secretaria de Saúde do DF