quinta-feira, maio 16, 2024
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Deputado cobra acompanhamento da Caixa Econômica após mudanças no DPVAT

A Caixa Econômica afirma que automatizou o processo para evitar fraudes, corretores dizem que usuários têm dificuldades para usar o aplicativo

A Caixa Econômica Federal assumiu, a partir de janeiro de 2021, a gestão dos recursos e pagamentos do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Vias Terrestre (DPVAT). A mudança, no entanto, tem recebido críticas, tanto por parte das vítimas de acidentes automotores, como dos profissionais corretores de seguros, que prestavam serviços ao DPVAT, no âmbito da gestão da Seguradora Líder.

Na última sexta-feira (17), durante audiência da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara, o deputado Zé Neto (PT-BA), que sugeriu o debate, disse que a modernização na gestão do seguro e o combate às fraudes são sempre bem-vindos. Mas ressaltou que é preciso haver uma negociação para que os corretores do seguro não sejam excluídos do processo de auxílio às vítimas de trânsito.

“Espero que a gente possa sentar com a Caixa, buscar uma situação que traga para o DPVAT, ao mesmo tempo que as modernizações tecnológicas no acesso às mudanças que o mundo já absorveu e que o Brasil vem absorvendo aos poucos, mas que isso seja inclusão e, não, exclusão”, disse o deputado.

Um dos motivos alegados pelo governo para alterar a gestão do DPVAT é a ocorrência de fraudes. A superintendente nacional de Fundos Sociais da Caixa Econômica Federal, Danielle de Souza dos Reis, afirmou que a instituição procurou automatizar o processo por meio do desenvolvimento de um aplicativo para celular, que permite ao usuário receber o seguro com segurança e sem sair de casa.

“A Caixa buscou oferecer às vítimas e beneficiários do seguro DPVAT comodidade, segurança e celeridade na busca de seus direitos e, para isso, tem estruturado a operação do DPVAT com robusta estrutura de TI [tecnologia da informação], que proporciona uma alta disponibilidade, performance e segurança ao processo”, explicou.

Já para o representante dos corretores de seguros parceiros do DPVAT do Paraná, Germano Lens, no entanto, o processo ficou mais lento e ineficaz, o que tem impedido muitas das vítimas de trânsito de receber o benefício. Lens ressaltou ainda que boa parte da população não tem condições nem capacidade para usar o aplicativo da Caixa.

“O aplicativo proposto e colocado à disposição cria dificuldade ao usuário e às vítimas de trânsito. As vítimas precisam ter um aparelho compatível, uma internet boa, e os documentos enviados tem de ser em PDF e, não, em fotografia, o que dificulta ainda mais o processo para as vítimas de trânsito no envio da sua documentação”, enumerou o corretor.

Outro problema, de acordo com o presidente do Centro de Defesa às Vítimas de Trânsito, Lúcio Deodato de Almeida, é a falta de capacitação dos funcionários da Caixa para lidar com acidentes e com vítimas de trânsito.

“O DPVAT vai além de um auxílio assistencial do governo, ele exige investigação, ele exige técnica documental, sem contar que a Caixa não tem funcionários suficientes para atender uma grande demanda”, disse.

Após ouvir as reclamações, o deputado Zé Neto afirmou que vai formar uma comitiva de parlamentares para conversar com a direção da Caixa Econômica e buscar uma solução para os problemas do DPVAT.

Portal Brasil, com informações da Agência Câmara de Notícias