O Google anunciou uma conquista histórica na corrida pela computação quântica. A empresa revelou que seu processador Willow conseguiu executar um algoritmo chamado Quantum Echoes com desempenho 13 mil vezes superior ao dos supercomputadores clássicos mais potentes do mundo.
O feito foi descrito em um artigo publicado na revista Nature, que detalha o primeiro experimento verificável capaz de ser reproduzido em outras plataformas quânticas. A possibilidade de repetição confere ao teste um status inédito de “vantagem quântica comprovável”, algo que há anos é buscado por cientistas do setor.
Algoritmo Quantum Echoes: precisão inédita
O algoritmo desenvolvido pelo Google permite mapear a estrutura molecular de substâncias, analisando a posição e a interação entre átomos de maneira mais detalhada do que os métodos tradicionais, como a Ressonância Magnética Nuclear (RMN).
Nos experimentos conduzidos pela equipe de Google Quantum AI, o sistema foi testado em duas moléculas — uma com 15 átomos e outra com 28 átomos — e foi capaz de replicar os resultados da RMN e identificar informações adicionais que não eram visíveis por técnicas convencionais.
Imagine procurar um navio naufragado no fundo do mar. O sonar pode mostrar uma forma borrada, mas nosso chip consegue ler até a placa de identificação no casco
O Quantum Echoes utiliza um método baseado em interferência construtiva, que amplifica o sinal retornado por qubits, as unidades básicas da computação quântica. Tal processo gera o chamado “eco quântico”, extremamente sensível, que possibilita medir estruturas atômicas com altíssima fidelidade.
O que torna o chip Willow diferente?
Apresentado originalmente em 2024, o Willow é um processador com 105 qubits supercondutores. Na época, o Google havia demonstrado que ele resolvia em cinco minutos um cálculo que levaria 10 septilhões de anos para ser processado por um computador clássico, embora o experimento não tivesse aplicação prática.
Agora, o novo estudo mostra resultados reais e verificáveis, demonstrando que o Willow está pronto para testes com algoritmos úteis. O chip também apresentou uma redução significativa nas taxas de erro conforme o número de qubits aumenta, algo vital, para a estabilidade de máquinas quânticas.
Segundo o pesquisador Tom O’Brien, do Google Quantum AI, o avanço é de fato um ponto de virada:
A verificabilidade é um passo decisivo rumo à aplicação prática. Estamos nos aproximando de um cenário em que a computação quântica se tornará parte do cotidiano científico e industrial
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Impactos e próximos passos da pesquisa
O experimento validado pelo Google é o primeiro a provar a vantagem quântica de forma verificável, conceito que descreve quando um computador quântico supera de forma comprovada qualquer máquina clássica na execução de uma tarefa.
O feito tem potencial para acelerar pesquisas em química, farmacologia e ciência dos materiais, possibilitando, por exemplo, descobrir novos medicamentos ou projetar baterias de próxima geração.
Pesquisadores envolvidos no estudo estimam que máquinas 10 mil vezes mais potentes serão necessárias para aplicar o método em escala industrial, mas o caminho para isso está mais claro do que nunca.
O cientista Scott Aaronson, da Universidade do Texas em Austin, elogiou o progresso:
É empolgante ver o Google superar supercomputadores de forma repetível. Esse tipo de consistência tem sido um dos maiores desafios da área
Scott Aaronson, da Universidade do Texas em Austin
O cenário global e a corrida quântica
O avanço do Google acontece em meio a uma disputa acirrada entre gigantes da tecnologia. A IBM, por exemplo, anunciou planos para lançar até 2029 um processador chamado Starling, com 200 qubits lógicos e capacidade de realizar mais de 100 milhões de operações quânticas.
Enquanto isso, a Alphabet, controladora do Google, viu suas ações subirem 2% após a divulgação dos resultados, impulsionadas pela expectativa de que a computação quântica possa se tornar rentável e aplicável em até cinco anos.
O Quantum Echoes consolida a empresa como uma das empresas mais avançadas na área, mostrando que a supremacia quântica (conceito demonstrado pela primeira vez em 2019), que agora começa a sair do campo teórico e se aproximar de aplicações concretas.
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Computação quântica com resultados práticos
Com o sucesso do chip Willow e do algoritmo Quantum Echoes, o Google mostra que a era da computação quântica funcional está mais próxima do que nunca. O desafio agora será ampliar a escala sem perder precisão, um passo fundamental para transformar descobertas científicas em produtos e soluções reais — da medicina à energia.
Não vai demorar
A utilidade da computação quântica está a pelo menos 10 anos de distância