quinta-feira, maio 16, 2024
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Coronel afirma que Exército impediu ação da PM

As suspeitas eram evidentes, mas agora quem afirma é o ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Jorge Eduardo Naime. Em depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito federal, na quinta-feira, ele disse que os terroristas que invadiram as sedes dos Poderes da República, no dia 8 de janeiro, “foram protegidos pelo Exército”. A informação vem de quem esteve intimamente ligado aos tumultuados dias da primeira semana do ano na capital brasileira.

Proteção com blindados
A narrativa aos parlamentares foi dada com segurança e, de acordo com o militar, a PM do Distrito Federal, ao tentar prender os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, “uma linha de choque foi montada com blindados e, por mais interessante que parecesse, eles não estavam voltados para o acampamento (dos terroristas, em frente ao QG do Exército). Eles estavam voltados para a PM, protegendo o acampamento”.

Operações canceladas
Jorge Eduardo Naime, que está preso desde 7 de fevereiro, detido na Operação Lesa Pátria da Polícia Federal, disse que o acampamento era o “epicentro de todos os atos”. Confirmou, também, que participou de reuniões para acabar com o acampamento dos invasores, mas as ações eram canceladas na última hora. Lembrou, inclusive, que em 29 de dezembro 500 homes da PM do Distrito Federal estavam mobilizados para promover a retirada dos invasores, mas essa foi mais uma operação frustrada.

Área do Exército
Naime contou, também, que os militares tentavam impedir a detenção dos terroristas sob argumento de que o local pertence ao Exército e que a Polícia não poderia agir ali. Ele lembrou, inclusive, que até o interventor na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Capelli, tentou entrar no acampamento, mas foi impedido pelo general Dutra.

Vaquinha no acampamento
“Várias lideranças do movimento pró Bolsonaro ficavam o tempo todo na área ocupada, em frente ao QG do Exército, pedindo que as pessoas fizessem PIX, com a intenção de manter o acampamento”, relatou o ex-comandante, referindo-se sobre as formas de financiamento dos acampados.