terça-feira, abril 22, 2025
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Governo oferece curso de resgate de fauna em incêndios florestais

Profissionais do Zoológico ensinam manejo de animais silvestres para brigadistas florestais, bombeiros e policiais militares ambientais

Nesta segunda-feira (30), o Governo do Distrito Federal iniciou o Curso de Resgate de Fauna, uma das ações do Plano de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PPCIF), coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente e Proteção Animal do Distrito Federal (Sema-DF).

A ideia é capacitar os servidores dos órgãos que integram o PPCIF com objetivo de preparar o corpo técnico que atua na temática de incêndios florestais na identificação, contenção e manejo de mamíferos, aves e répteis, além dos cuidados e primeiros socorros aos animais feridos.

Com carga horária de 20 horas, o treinamento será feito em três dias e está dividido em aulas teóricas e práticas | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília

O curso está sendo ministrado pelos profissionais da Fundação Jardim Zoológico de Brasília. A capacitação é voltada aos brigadistas e servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Brasília Ambiental, Jardim Botânico de Brasília, Batalhão de Polícia Militar Ambiental e Corpo de Bombeiros Militar do DF.

Com carga horária de 20 horas, o treinamento será feito em três dias e está dividido em aulas teóricas, no prédio da administração do Zoológico de Brasília, e aulas práticas, ministradas nos recintos dos animais e no hospital veterinário da fundação.

Segundo a coordenadora do Plano de Prevenção, Carolina Schubart, o curso começou a ser oferecido em 2019 por uma solicitação dos próprios brigadistas, que, muitas vezes, se deparavam com animais feridos durante os incêndios e não tinham preparo ou capacitação para fazer o resgate de forma correta.

A ideia é capacitar os servidores dos órgãos que integram o PPCIF com objetivo de preparar o corpo técnico que atua na temática de incêndios florestais

“O curso é de suma importância para a capacitação e integração das instituições, principalmente dos combatentes brigadistas florestais que trabalham diretamente, em campo, no combate aos incêndios. Assim, eles podem ajudar a salvar a vida dos animais feridos durante os incêndios, e fazer o resgate de forma mais segura tanto para eles como para os animais”, afirma a coordenadora.

Cada espécie, um manejo

O conteúdo ministrado na manhã desta segunda (30) foi sobre mamíferos de médio e grande porte que existem no DF, suas principais características, como eles fogem, como se defendem e quais os materiais que podem ser utilizados para a captura desses animais.

“A gente está no ambiente dos animais, então tem que estar preparado para todas as situações adversas que surgem ali. É um norte muito bacana, estamos sentindo que, a partir de agora, podemos ser mais úteis no campo do que a gente já era. Uma coisa é combater o incêndio, outra é, além de combater, conseguir fazer algo pelos bichinhos que estão ali em apuros”, declara a brigadista florestal Rosalina Cardoso dos Santos.

Na parte da tarde, os veterinários ensinaram princípios de primeiros socorros. Nos próximos dias, os alunos aprenderão sobre aves, répteis e anfíbios. De acordo com o biólogo e supervisor de manejo de fauna no Zoológico, Gabriel Campanati Vincentini, é essencial que haja um melhor planejamento, sabendo como se defender do animal sem colocá-lo em risco durante o resgate.

“Na hora do incêndio florestal em áreas nativas, uma das situações comuns com as quais eles vão se deparar é encontrar animais queimados, vítimas daquele incêndio. Então, esses profissionais precisam saber avaliar aquela espécie, se é possível fazer o manejo e se aquele animal tem condições de ser resgatado. Isso sem se colocar em risco e reconhecendo com o que estão lidando”, destaca o instrutor.

O brigadista florestal voluntário do ICMBio Mayandi Salgarati Soares ressalta que aprender o resgate da fauna é tão importante quanto saber prevenir e combater incêndios florestais.

“Conhecendo a forma menos invasiva de fazer o resgate, não só a gente preserva a parte física da equipe quanto o bem estar do animal. Eles já estão em uma situação de estresse, com o fogo ao redor, sem entender o que está acontecendo, e, ainda, enxergam as pessoas como predadores. Então, quanto menos invasivo esse manejo, melhor é para o animal”, pontua o participante do curso.

Fonte: Agência Brasília